Após uma sequência de três baixas consecutivas, o preço da soja avançou no porto de Paranaguá (PR). Nesta segunda-feira (10/11), a saca de 60 quilos foi negociada a R$ 139,72, alta de 0,62% quando comparado com a última sexta (7), segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

As exportações brasileiras de soja estão aquecidas. De janeiro a outubro, as vendas de soja em grão somaram 100,6 milhões de toneladas, 6,7% acima do volume escoado em igual intervalo de 2024, mostram dados da Secex analisados pelo Cepa. Desse total, 78,8 milhões de toneladas foram enviadas à China, com o Brasil se aproveitando da guerra comercial dos chineses com os EUA.

Para Rafael Silveira, analista da Safras & Mercado, apesar do bom momento das exportações do Brasil, o ritmo das vendas deve começar a cair a partir de agora, o que deve trazer impacto limitado para as cotações da soja no mercado interno.

“Não vejo o preço muito mais firme do que já temos atualmente. A demanda por exportação deve cair muito em novembro, para 4 milhões de toneladas, e talvez algum volume pontual em dezembro. Internamente a demanda também está baixa, já que o foco dos produtores neste momento é na finalização do plantio”, avalia Silveira.

Ainda de acordo com ele, somente a indicação de quebra de safra no Brasil pode mudar a dinâmica do mercado. Dentro dessa hipótese de problema com a safra, o valor do prêmio nos portos “iria explodir”, pontuou.

Na Bolsa de Chicago, a soja também avançou. Os lotes para janeiro do ano que vem subiram 1,16% , negociados a US$ 11,30 o bushel.

Em outras praças do Brasil, a AgRural apontou a saca de soja a R$ 140 no porto de Rio Grande (RS); em Rondonópolis (MT), o valor foi de R$ 127,50; em Dourados (MS), a saca foi cotada a R$ 125,50; e em São Luís a indicação de preço chegou a R$ 134.

Paulo Santos – Globo Rural